sábado, 19 de março de 2011

High Fidelity

A pedidos do Alexandre, a tradução do trecho que ele postou de High Fidelity, do Nick Hornby:

As pessoas se preocupam com crianças brincando com armas e adolescentes vendo filmes violentos; nos assustamos com a ideia de que alguma espécie de cultura de violência irá tomá-los. Ninguém se preocupa com as crianças ouvindo milhares, literalmente milhares, de músicas sobre corações partidos e rejeição e dor e miséria e perda. As pessoas mais infelizes, romanticamente falando, que eu conheço são aquelas que mais gostam de música pop; e eu não sei se foi a música pop que causou essa infelicidade, mas eu sei que eles escutam músicas tristes há mais tempo do que vivem infelizes.

E aproveito pra compartilhar mais um pouco do raciocínio que é desenvolvido no início do livro (e que é genial):

Some of my favorite songs: 'Only Love Can Break Your Heart' by Neil Young; 'Last Night I Dreamed That Somebody Loved Me' by the Smiths; 'Call Me' by Aretha Franklin; 'I Don't Want to Talk About It' by anybody. And then there's 'Love Hurts' and 'When Love Breaks Down' and 'How Can You Mend a Broken Heart' and 'The Speed of the Sound of Loneliness' and 'She's Gone' and 'I Just Don't Know What to Do with Myself 'and . . . some of these songs I have listened to around once a week, on average (three hundred times in the first month, every now and again thereafter), since I was sixteen or nineteen or twenty-one. How can that not leave you bruised somewhere? How can that not turn you into the sort of person liable to break into little bits when your first love goes all wrong? What came first, the music or the misery? Did I listen to music because I was miserable? Or was I miserable because I listened to music? Do all those records turn you into a melancholy person?

Algumas de minhas músicas favoritas: "Only Love Can Break Your Heart", do Neil Young; "Last Night I Dreamed That Somebody Loved Me", dos Smiths; "Call Me", da Aretha Franklin; "I Don't Want to Talk About It", cantada por qualquer um. E aí tem "Love Hurts" e "When Love Breaks Down" e "How Can You Mend a Broken Heart" e "The Speed of the Sound of Loneliness" e "She's Gone" e "I Just Don't Know What to Do with Myself " e... algumas dessas músicas eu ouço mais ou menos uma vez por semana, em média (trezentas vezes no primeiro mês, depois uma vez e outra), desde que eu tinha dezesseis ou dezenove ou vinte e um anos. Como pode isso não te deixar machucado em algum lugar? Como pode isso não te transformar no tipo de pessoa sujeita a quebrar em pequenos pedacinhos quando seu primeiro amor dá errado? O que veio primeiro, a música ou a infelicidade? Eu escutava música porque era infeliz? Ou eu era infeliz porque escutava música? Todos esses discos te transformam em uma pessoa melancólica?

Recomendo demais o filme. O livro nunca li, mas quem tiver interesse e tranquilidade pra ler em inglês pode baixar aqui.

2 comentários:

  1. Pessoal,

    Para quem leu os trechos do livro postados pelo Alexandre e pela Larissa e tiver curiosidade de conhecer a trilha sonora do filme High Fidelity, lá vai o link para baixar o CD:

    http://www.4shared.com/file/114070970/9cbe186/CS_-_AF_-_2000.html

    Divirtam-se!

    Abraços,

    Carol

    ResponderExcluir