sexta-feira, 18 de março de 2011

Pelo saber do gesto

Galerinha,
Resolvi fazer essa postagem em homenagem ao que nos traz na oficina "Canção e Poesia Brasileiras"... Divirtam-se! Nossa poligamia é saudável!(risos)



Duas namoradas
(Itamar Assumpção | Alice Ruiz)

A música e a poesia
Que ocupam minhas noites
Que acabam com meus dias

Uma fala sem parar
A outra nunca desliga
Não consigo separar
Duvido d o dó que alguém consiga

Cantar é saber juntar
Melodia, ritmo e harmonia
Se eu tivesse que optar
Não sei qual eu escolheria

Tem vez que o caso é comigo
Tem vez que sou só sentinela
Xifópagas, caso antigo,
Tem vez que é só entre elas

Nenhum instante se deixam
Grudadas pelas costelas
Nenhum segundo me largam
Também eu não largo delas

4 comentários:

  1. Ótimo o post, Fabrícia! Mais adequado, impossível. haha Adorei a música (e que voz é essa, Zélia?).

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  2. É Larissa... O timbre grave da voz da Zélia é impressionante mesmo... Pra além disso,ela é muito intensa, sobretudo, ao vivo!

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  3. Gosto muito da forma como essa relação (às vezes fácil, às vezes tensa) é expressa na canção "Outro retrato" de Caetano Veloso. "O dado de Cabral / a descoberta de Donato". O Pedro, na especialização, fez uma boa leitura da canção "A rã", de João Donato e Caetano Veloso. Inicialmente era "O sapo". Sugiro que marquemos um dia para essas audições. Inclusive confrontando com a leitura de poemas de João Cabral de Melo Neto - "O sertanejo falando", por exemplo. Procurem, por sinal, a declaração que esse poeta faz sobre a música que Chico Buarque compôs para "Morte e vida severina".

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  4. Quanto à canção do post, sugiro observar e refletir:
    - como a fala nas estrofes submete a melodia, que só aparece mesmo no refrão;
    - como a vocalização, sem letra mais para o final da música inverte essa submissão - houve canto sem letra(?)
    - Embora a letra fale de elementos inseparáveis, parece que os procedimentos interpretativos procuram dissociá-los, não é?

    Faltou, na transcrição, o primeiro verso - "Tenho duas namoradas"

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