quinta-feira, 28 de abril de 2011

Para refletir:
As expressões culturais produzidas nas periferias pobres das metrópoles brasileiras contribuem para (re)significar o imaginário nacional?

Um comentário:

  1. Então, eu sou da opinião que a música é uma linguagem universal (é um cliché isto que falei, mas é verdade), no entanto a compreensão vivencial (não racional) do conteúdo, da letra da música, ainda na minha opinião, pode ser alcançada melhor por quem vive dia a dia a realidade da periferia pobre. Estender a um imaginário coletivo essa realidade é uma expressão de desejos.
    Poderiamos fazer um experimento de botar para escutar uma destas músicas em diferentes classes sociais, grupos étnicos, rurais e urbanos pelo Brasil afora e vamos ver como "mexe" com cada um. Será que um índio xingú ou oiapoque(da fronteira com a guiana)ou yanomami(da fronteira com a venezuela) pode sentir vivêncialmente algo tão distante dele como a periferia do rio, a ceilandia, etc.? Ou será que há outras realidades além desta realidade? As vivências que fazem parte do imaginário coletivo são múltiplas. Dariam lugar a muitos tipos de músicas, como já aconteceu no Brasil.
    Este é um país muito extenso. Não se pode como se quis no século XIX resignificar um país num só imaginário colétivo (expressão de desejo dos heróis nacionais) mas em vários imaginários coletivos...
    Que coisa é a brasileiridade? Que faz com que vocês sejam brasileiros e não outra coisa? Que une vocês? Há um imaginário nacional? Há um imaginário de cada um? O imaginário é individual ou coletivo? Imaginário é uma criação artificial? Que coisa é nação no século XXI? Como se resignifica o conceito de nação para resignificar o conceito de imaginario e que resignifica a nação e o imaginário?
    Eu posso escutar um funk, um hip hop, um rap, compreender a problematica social da periferia...e daí? Eu sou estrangeiro a essa realidade. Posso me comover com o sofrimento do outro mas isso dura pouco tempo. Sou de classe media, pertenço a outro lugar social, outros alicerces, outra cabeça, não fui criado alí na periferia, como vivencio isso? Como me faço outro enquanto sou eu e minha circunstância de não periferia?
    Não escrevo mais porque dá para falar num café. Falta tomar um café com amigos neste país. Tem muito boteco, muita cerveja, mas me falta tomar um café para discutir estas coisas...como me falta Buenos Aires e falar espanhol com meus amigos...tomando um café e refletindo... Brasil é outra cultura, outras culturas e quantos imaginários...Obrigado

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